sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

CAPÍTULO 114

-Faça o que você quiser mas, saía daqui.-fala Lety com raiva.
Fernando vai até o closet e pega uma mala que ele sempre deixa preparada para viagens de última hora, e sai com ela, silencioso e arrastando seus passos como um prisioneiro, prisioneiro de seus próprios pensamentos e sentimentos, antes de sair ele olha para Lety e uma lágrima cai, ele saiu fechando a porta devagar e vai até o último quarto que fica no corredor do quarto dos dois, chegando lá ele coloca a mala em cima da cama e se joga na cama olhando para o teto, refletindo tudo o que Lety havia dito para ele, que o atordoou tanto.
-Só Deus sabe o quanto eu te amo, só Deus sabe.-sussurra ele.
Fernando acaba por pegar num sono e de repente ele se encontra em sua antiga sala, que estava vazia, até Lety entrar, ela vestia um moletom cor de creme e um vestido roxo, Lety parecia muito apressada e estava procurando algo, em uma pasta que muito se parecia com a dele, Lety o abriu e tirou de dentro dois envelopes amarelos e ficou olhando confusamente para os dois, aprecia está pensando em algo, ou lembrando de alguma coisa, enquanto eu a observava do canto da sala, sem saber realmente o que estava acontecendo.
-Não pode ser...são dois envelopes amarelos.-Lety rodava os dois envelopes de um lado e do outro, ainda mostrando confusão em sua cabeça. -bom...um é orçamento da Zoom não é importante pra mim.-fala Lety girando um envelope e depois se virando para o outro.-e outro é...bom...aiii...é melhor não saber.-ela revirava os olhos e ajeita os envelopes.-é melhor levar os dois pro seu Fernando ver e...aiii...mas, o seu Fernando só precisa do orçamento da zoom e..e...-ela revira novamente o envelope.-ai já chega deixa eu ver o que tem agora.-fala Lety abrindo os grampos que lacravam um dos envelopes e depois tirando o que tinha dentro, havia apenas um papel e vários envelopes, Lety pegou o papel e começou a ler, eu ainda a observava atentamente.-Meu estimado presidente...
Droga a carta, a maldita carta do Omar...então foi assim que ela descobriu a carta...
-Aqui estão as instruções para que continue com sua rotina de terror com a Lety...-ela começa a soluçar e as lágrimas começam a brotar de seus olhos, droga, eu sei a verdade, a verdade não é essa carta, como eu queria que ela pudesse escutar, como eu queria que ela me escutasse, pulo, aceno, vou até lá mas, não passo de uma miragem, eu não poderei impedir que ela leia essa mentira e acredite que seja realmente verdade.-estou deixando os cartões que você deve colocar na mesa do seu monstrinho todas as manhãs, com o seu respectivo presentinho.-ela já chora, mas, ainda parece calma, olha para mesa onde estão os malditos cartões, minha vontade era rasgar aquela maldita carta.-não esqueça porque, não vou estar aí para te lembrar isso,-ela parece não acreditar, ainda bem, acho que ela acha que tudo não passa de uma brincadeira do Omar e é isso mesmo Lety, são coisas dele e não é verdade.-escrever esses cartões foi mais difícil do que nunca, nas outras vezes, pelo menos você contava o que acontecia na noite anterior.-droga agora ela começou a chorar desesperadamente, caiu devagar sentando na cadeira, corro para tocar seu rosto, enxugar suas lágrimas, tentar explicar que eu nunca havia lido essa carta literalmente, porque essa é a verdade, eu nunca li, nunca, jamais.-...os detalhes da sua aventura de horror me serviam para escrever alguma coisa, então esses cartões contém sentimentos neutros e a poesia barata que ela adora...-eu não acredito que aquele sujeito...não acho um adjetivo que o caracterize, droga ela está acreditando, estou em entrando em desespero só de vê-la assim.-são para feias...-seu rosto estava molhado de lágrimas, eu tentava afagá-lo, tocá-lo, eu tentava, eu queria, gostaria de poder fazer algo para consolar o que ela sentia, eu queria que ela pudesse me ouvir e que droga onde estou, onde o meu eu, aquele que pode fazer alguma coisa está? Que raiva, que raiva.-...as feias apaixonadas, e como o monstrengo deve está feliz com a ausência da Márcia, com certeza ela espera que você lhe dedique todas as noites, todas as noites, e tem mais tenha cuidado porque a Alice vai seguir todos os seus passos, e se der motivos a Márcia cancela o casamento e isso não é conveniente para você, você tem que se casar a força...-maldito Carvajal, maldito seja, que raiva, minha lágrimas já escapam de meus olhos como as águas de uma represa, e esse casamento, esse casamento que ele fez eu cair nessa roubada, essa presidência, que ela foi causa da metade da minha destruição, sem sombra de dúvidas, foi graças a ela, que praticamente perdi a empresa e o amor da minha vida, que nem se quer acredita em mim.-ele não vai se casar, ele me falou...-Lety para de ler a carta e começa a falar séria, muito séria, ela sobre as mãos a cabeça em total desespero enquanto eu mais desesperado ainda tento tocar seus cabelos e grito que eu gostaria de ter feito isso, e que nunca havia lido aquela carta.-ele falou pra mim.-ela grita ainda mais desesperada, eu tento pegar sua mão, tocar seu rosto, eu quero fazer alguma coisa poxa, eu quero, eu preciso, eu preciso, cadê o meu eu que pode fazer algo, que droga, onde eu estou, que raio, pena que essa minha versão miragem não pode fazer nada, não pode, estou de mãos atadas, não posso, eu quero e não posso.-...mantenha viva a chama do amor, tome uns embelezadores e se inspire bastante, faça amor com ela, sim já sei a cara de Mártir que você deve estar fazendo mas, você já nem sofre tanto quando dorme com ela...-nãooooooooooo, Lety, eu nunca sofri ao dormir com você, se você soubesse, se pudesse sentir o que eu sentia aqui dentro de mim, foi com você minha primeira vez, não foi com nenhuma outra mulher, porque eu nunca havia feito amor, só com você Lety, foi com você, por favor, não chore assim, não se sinta assim, Meu Deus, isso é uma tortura, eu não aguento mais, eu não posso mais ver isso, eu não posso vê-la sofrer sem que eu possa interferir, por favor, chega, chega, chegaaaaaaaaaaaa!
-Chega.-Fernando acorda sussurrando.-Que horas são?-pergunta olhando para o relógio de cabeceira.-Credo, eu dormi assim?-ele pega em sua camisa a tirando de dentro da calça.-realmente eu nem percebi.-fala esfregando os olhos com as costas dos dedos.
Enquanto isso Lety estava sentada em sua cama, com o diário de casal nas mãos.
-Será que fui muito rude com ele?-ela se pergunta olhando para as páginas do diário e escrevendo algo.-bem...eu tenho consciência que peguei pesado mas, quero que ele veja meu lado...será que eu teria realmente coragem de me divorciar dele?-ela se pergunta olhando para um retrato seu e de Fernando no dia do casamento.-não, eu não teria, eu amo, o amo tanto, que eu não teria coragem de deixá-lo a solto para que uma qualquer, uma daquelas noventa, sessenta, noventa, o pegasse, eu realmente não faria isso e além do mais, eu o amo muito, não conseguiria passar muito tempo longe dele.-Lety pega o retrato e deixa o diário em cima das pernas.-eu realmente não vejo minha vida sem ele, porque Fernando você é minha vida.-suas lágrimas caem dos olhos.-eu sei que o que eu falei foi pesado mas, eu quero que saiba, que eu não suportaria vê-lo sofrer, sofrer por ser taxado de assassino, meu Deus, juro que eu morreria se eu o visse sendo apontado por todos como um assassino, como um homem que matou alguém espancado, eu te amo tanto e não suportaria isso, por favor  Fernando, não volte a errar, não volte a bater em alguém assim, por favor meu amor, não posso te perder.-fala Lety chorando muito e suas lágrimas molhando o diário.
Fernando volta do banheiro, de banho tomado e vestindo uma bermuda preta com uma camisa polo branca e com uma chinela havaiana.
-O que eu farei hoje? Minha esposa nem quer me ver...acho que vou dar uma volta com os bebês, quero ficar um pouco com os meus filhos, se bem que antes eu terei que pedir a Lety, se não ela vai brigar novamente. É...vou lá...pelo menos para pedir para passear com as crianças.
Lety ainda estava chorando, pensando, falando e escrevendo.
-Eu imagino que ele não entenda, talvez até pense que estou levando para outros rumos. Será que é isso?-Lety se pergunta e seus pensamentos são interrompidos por batidas na porta.
-Pode entrar!-grita Lety simplesmente,-Chegou a hora de amamentar, deixa eu guardar esse diário.
Lety se estica e guarda o diário na primeira gaveta de seu criado mudo.
-Bom dia!-fala Fernando humildemente.
-Bo-Bom dia, Fernando! O que você está  fazendo aqui?-pergunta Lety séria.
-E-eu vim apenas ver como você estava e...e...-fala Fernando sem jeito.
-E...
-E pedir, se você aceitar e ainda que não aceite mas...
-Fernando, fale ,logo!-rosna Lety.
-Lety eu gostaria de passear um pouco com meus filhos.-fala Fernando timidamente.
-Primeiro eles precisam ser amamentados.-fala Lety em disparada.
-Sim, eu entendo mas, depois eu gostaria de...
-Sim, eu quero ir também, afinal de contas eles são meus filhos e quero ter certeza de que eles estarão seguros.-fala Lety.
-Ok, Lety como quiser mas, eu realmente quero que saiba que eu sou o pai deles e não vejo porque motivo você desconfiar de mim...-fala Fernando com um tom mais sério...
-Não sei se de repente você vai deixá-los só para ir brigar...eu não gostaria de arriscar.-Lety fala com sarcasmo.
-Ok, Lety, eu ficarei aguardando.-fala Fernando saindo, mostrando irritação.
Lety olha pra porta que Fernando acaba de sair.
-Eu estou fazendo isso porque te amo mas, não quero te perder, eu não quero, eu juro, eu juro.-fala Lety.
MINUTOS MAIS TARDE...
Lety já havia dado de mamar aos bebês e o mordomo Henrique, que estava recém chegado na casa, começou a ajudá-la, colocou as crianças no carrinho, chamou o elevador e entrou com Lety, o carrinho e os bebês, Lety foi ate a garagem, onde Fernando já esperava encostado no carro escutando música em seu iPod, quando ela se aproximou, Fernando pegou as crianças e as ajeitou nas cadeirinhas, depois guardou o carrinho e Lety se sentou ao seu lado no banco de passageiro, Fernando continuou escutando música em seu fone de ouvido, passaram o trajeto todo em silêncio, salvo uma vez e outra que Fernando cantarolava baixo algumas canções e Lety sorria para janela para que ele não percebesse. Quando chegaram no carro, Fernando tirou o carrinho de bebê e colocou os pequenos, também tirou uma cesta, que parecia uma cesta de piquenique e foi andando ao lado de Lety que levava o carrinho, ao chegarem mais ou menos uns três metros do carro, embaixo de uma mangueira, Fernando colocou a cesta no chão tirou a toalha quadriculada vermelha, estendeu no chão e sobre ela, colocou um cobertor, umas almofadas e saiu, depois de alguns minutos voltou com 3 moisés, colocou-os no chão, Lety olhou surpresa e colocou os três bebês dorminhocos nos três cestos e depois se sentou, Fernando sento ao seu lado e começou a desfazer a cesta.
-Fernando, quero que saiba que não é porque estou aqui, que queira dizer que tudo mudou e eu estou bem com o que aconteceu... porque não é verdade.-fala Lety.
-Tudo bem, eu entendo.-fala Fernando friamente.
-Ainda bem.-fala Lety.
-Mas, eu gostaria de lhe fazer uma pergunta se você me permitir.-Fernando encara os olhos de Lety.
-Sim, faça!-Lety encara de volta.
-Lety, por acaso você está agindo assim, porque sei lá de repente descobriu que gostava do Miguel, ou revê-lo lhe fez despertar sentimentos que estavam descansando?
#Continua_segunda

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