quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
CAPÍTULO 108
Lety e Fernando se sentam em silêncio esperando que a polícia venha falar com eles. Lety descansa sua cabeça no peito de Fernando que a beija com amor. O silêncio da sala de repente é interrompido por um policial que abre a porta para alguém entrar, Lety é a primeira que olha, depois Fernando olha para a pessoa e baixa a cabeça, Lety continua a olhá-la, incrédula e impassível, fica assustada, ao perceber de quem se tratava. Arregala os olhos e abre sua boca em susto. Fernando olha para expressão horrorizada de Lety e fica assustado.
-Que houve meu amor, por que você está fazendo essa cara?-pergunta Fernando.
Lety continua imóvel.
-Nada meu bem, não fique preocupado comigo.-fala Lety dando um selinho em Fernando.
O cara se senta a frente de Lety e Fernando e começa a olhar para Lety com risinhos debochados, quando Lety se dá conta do que ele está fazendo, ela fica nervosa e confusa, e começa a enterrar seu rosto no peito de Fernando para evitar as olhadas do homem a sua volta.
No tribunal, o juiz, o promotor e o escrivão, entram, cada um toma sua posição, o juiz, se senta e se acomoda em seu lugar, o local estava tomado por um grande burburinho, quando o juiz notou esse barulho, ele bateu seu martelo com força.
-Silêncio!-grita o juíz.-Vamos dar início a sessão nesta manhã do dia 15 de novembro de 2007, pedimos a portaria deste honrado Juri que deixe entrar o advogado de acusação do Sr. Fernando Mendiola e da Sra. Letícia Padilla Solís de Mendiola, o Excelentíssimo Dr. Santa Maria.-fala o juiz olhando por cima de seus óculos quadrados, o juiz aparentava ter apenas uns 35 anos no máximo, seu cabelo era castanho e era moreno, tinha um aspecto bonito, uma bela aparência.
Doutor Santa Maria adentra ao tribunal e se senta em sua cadeira, as cadeiras ao lado dele na defesa estavam vazias porque Fernando e Lety iriam testemunhar e foi ordenado a eles que ficassem na sala de testemunhas até que testemunhassem, então aí sim, poderiam sentar no banco de acusação.
-Agora, chamamos ao jurí o advogado de defesa, o excelentíssimo Dr. Henrique Gonçalez de Mora.
O advogado de Pilar é um homem de meia idade e cabelos grisalhos, o seu corpo era do tipo médio e ele era um pouco baixo, ele se sentou em sua bancada.
-Agora pedimos que entre nesse recinto, a acusada, a senhorita, Pilar Richt Zacarias...-Pilar Zacarias estava vestida com o uniforme do presídio, um uniforme cinza, estava magra, mais branca que o habitual, seu rosto estava sombrio e magro de maneira que o crânio estava deixando transparecer através da pele, ela sentou, algemada, braços e pés, seu cabelo estava feito um rabo de cavalo e ela ficou ao lado de seu advogado de defesa, as pessoas da Conceitos que estavam assistindo ao julgamento, ao vê-la contorceram as caras em tom de desprezo e raiva.-a senhorita Pilar Zacarias está sendo acusada pelo Sr. Fernando Mendiola e sua esposa, a Sra. Letícia de Mendiola, por tentativa de homicídio, identidade falsa, porte de substância letal e por sabotagem, sendo que os acusadores, testemunham que a mesma tentou homicídio, três vezes a senhora Letícia Padilla Solís, sendo que duas vezes foram frustradas e em uma, o seu esposo, Fernando Mendiola, quase morreu. Para que tudo corra bem nesse juri, pedimos agora que o senhor promotor de justiça, o honradíssimo Dr. Alejandro Gomes, comece a demonstração de suas provas.-fala o juíz.
Enquanto isso na sala das testemunhas, as coisas começaram ficar estranhas, pois Fernando percebeu que o cara a sua frente não parava nem por um momento de encarar sua esposa e de jogar para ela olhares indiscretos, percebendo isso, Fernando começou a encará-lo de maneira furiosa, Lety percebendo a expressão de seu esposo, começou a massagear seu peito, para o acalmar e aliviá-lo da tensão, Lety já estava esperando a hora de Fernando atacar o cara, a tensão foi rompida quando um dos guardas a porta entra na pequena sala.
-Sr. Fernando Mendiola, chegou a hora de o senhor testemunhar.-fala o policial seriamente.
Fernando olha para o cara de esguelha e depois encara Lety e dá um beijo nela e ela retribui.
-Boa sorte, amor!-fala Lety gentilmente.
-Obrigado, para você também, te amo.-fala Fernando mandando um beijo para Lety e depois fala sem emitir voz, algo que parece ser:"tou de olho nesse cara." Lety balança a cabeça em desaprovação e Fernando fecha a porta e sai acompanhado pelo policial, chegando ao tribunal, todos os seus amigos, seus pais, sogros e conhecidos em geral, o olham mostrando solidariedade e apoio, Fernando retribui com um sorriso desajeitado enquanto o policial aponta o local para as testemunhas e Fernando se senta e fita Pilar Zacarias com olhos furiosos, enquanto sua mente, o faz reviver o triste dia, em que ele a viu com o frasco de veneno, esses pensamentos são interrompidos quando uma grande bíblia é colocada a sua frente e o juiz pede que ele faça o juramento para dizer somente a verdade e na mais que a verdade, Fernando jura com convicção, enquanto olha para Pilar Zacarias de maneira sombria e muito repugnante.
-Sr. Mendiola, diga-nos, o senhor sabia que a Srta. Pilar Zacarias o envenenaria?!-pergunta o promotor com um tom de malícia na voz.
-Sim!-responde Fernando, enquanto o escrivão ao seu lado faz um barulho baixo e suave no teclado do lap top ao seu lado.
-E como o senhor soube, que ela iria o envenenar?!-pergunta ele apoiando as duas mãos na bancada onde Fernando estava como se Fernando fosse o acusado.
-E-eu, fui ao banheiro e ao sair de lá, ouvi a voz da Pilar Zacarias dizendo algo como se fosse fazer algo de ruim com alguém e me escondi atrás de uma parede, e vi ela com um pequeno frasco na mão e depois, ouvi quando ela disse:"de hoje ela não escapa."-diz Fernando com determinação.
-Senhor Fernando, com todo respeito mas, o senhor está se contradizendo...-fala o promotor tirando a mão da bancada e girando uma caneta nos dedos enquanto dar uma volta lentamente pela frente da bancada.
Fernando o olha intrigado.
-E-Eu?-pergunta nervoso.
-Sim, primeiro o senhor afirmou saber que o veneno era para o senhor e depois, o senhor afirma tê-la ouvido falando de uma mulher, como o senhor pode explicar isso?-pergunta o promotor o intimidando.
A cabeça de Fernando começou a girar. "Droga e agora e se ele me prender? Que merda, como sou burro. O que vou dizer, como faço para provar que é verdade, não posso dizer que eu sabia que era para Lety, ele vai me perguntar como eu sabia e como vou dizer, não posso falar que o Eduardo e o Jorge Flores me disseram, se não ele pode me prender por fazer piada durante um julgamento...ao Senhor me ajude!"
-Senhor Mendiola, algum problema? Estou aguardando que o senhor me ajude a lhe ajudar.-fala o promotor.
-Bem...eu pensava que fosse para mim, quando a vi com o pequeno frasco...-tenta completar Fernando mas, o promotor o interrompe.
-Sim, mas o que o fez pensar que era para o senhor?-pergunta o promotor o intimidando.
-Porque no mesmo dia eu a havia demitido na empresa.-fala Fernando com firmeza.
-Ah sei mas, uma das artimanhas da Srta. Pilar, se não me engano ela trabalha na Produtora Conceitos, Meretíssimo e lá ela era conhecida por Ruth e era secretária de Recursos Humanos.-fala o promotor agora intimidando Pilar, que não parecia nenhum pingo intimidada com a presença do Promotor a sua frente.-e sabemos também que ela carregava documentos falsos e se apresentava em público com eles, mais um de seus muitos crimes. Mas, Sr. Mendiola, por que o senhor a demitiu?-pergunta o promotor se voltando para Fernando com o olho intimidador de um gavião que observa sua presa.
Fernando estremece em sua cadeira.
-Ao voltar do almoço, eu a surpreendi em minha sala...-fala Fernando envergonhado.
-E o senhor pode me dizer o que ela fazia lá?-pergunta o Promotor de maneira ameaçadora.
-Ela estava colocando um cartão de amor, para provocar minha esposa...-fala Fernando nervoso e tímido.
O promotor solta uma gargalhada alta e olha para Fernando o encarando com uma cara de:"Sério, isso?!" Fernando baixa a cabeça sem ação.
-Então quer dizer que vocês eram amantes, Sr. Mendiola?
Essa pergunta o deixa irritado e ele franze o cenho para o promotor e diz em tom firme:
-Jamais!
-Interessante...então por que ela mandava cartões de amor a você?-pergunta ele novamente com seu tom intimidador.
-Porque ela queria me separar de minha esposa...-fala Fernando por fim.
-Entendo. Sr. Fernando, um de seus amigos ao testemunhar a seu favor, alegaram que no dia em questão, no dia do evento em que o senhor foi intoxicado, eles alegaram, que o senhor trocou de taça com sua esposa e a tomou no seu lugar. Daí eu lhe pergunto, por que ao invés de simplesmente chamar a polícia o senhor resolveu tomar a taça?-pergunta o promotor em um tom mais suave.
-Porque eu não queria que Lety ficasse nervosa, ela estava grávida, então, por amor a ela e ao meu filho, eu preferi não arriscar a vida deles.-falou Fernando por fim.
-Ok! Meretíssimo, estou satisfeito com as informações dadas pelo Sr. Mendiola.-fala o promotor a frente do juiz.
-Ok, Sr. Promotor. Sr. Mendiola, agora o senhor pode acompanhar seu advogado na bancada.-fala o juiz apontando para a bancada ao lado da bancada de Pilar, ele desce do local de testemunhas e olha para Pilar de maneira ameaçadora e se senta ao lado de seu advogado, as duas bancadas eram separadas por um largo e pequeno corredor.
Após alguns minutos, o policial volta a sala.
-Sra. Mendiola, o juiz a está chamando para testemunhar.
Lety nem pensa duas vezes e acompanha logo o policial, enquanto Lety saía uma mulher era conduzida a sala de testemunhas, ela era bonita, morena, cabelos pretos e lisos, corpo de modelo, olhou para Lety com total desprezo e entrou na sala. Lety a ignorou e continuou, até chegar no tribunal, chegando lá todo o procedimento que fizeram com Fernando repetiram com Lety. O pomotor ao vê-la se dirigiu até ela, subiu a bancada pegou sua mão e a beijou, Fernando ficou boquiaberto e se mordendo por dentro mas imóvel por fora, pelo fato de o cara não ser ninguém menos que um promotor de justiça. Lety ficou sem jeito e promotor desceu novamente e a encarou no fundo dos olhos.
-Dra. Letícia de Mendiola Padilla, primeiramente bom dia!-fala o promotor sorridente.
Os olhos de Fernando viram fogo de tanta raiva. "maldito promotor, ele está flertando com minha esposa, seu fura olho maldito, tira os olhos da minha mulher. Graças a Deus que ele não pode ouvir pensamentos, se não eu já estaria atrás das grades." Pensa Fernando contando a raiva.
-Gostaria de saber como a senhora descobriu que Ruth era na verdade Pilar Zacarias?-pergunta ele com a voz suave.
"Comigo só faltou me prender, com ela,e ele está bem calminho..."Pensa Fernando furioso.
-Bem...enquanto meu esposo...-fala Lety fitando seu marido e sabendo que ele estava com ciúmes e enfatizando a palavra esposo.-estava em coma, em uma certa vez, ela...-falou Lety apontando para Pilar que continuava imóvel.-apareceu no hospital em que ele estava internado e quando cheguei ao quarto a encontrei falando com ele que estava ainda desacordado e ela estava confessando todos os crimes que tinha cometido para comigo.-falou Lety com determinação.
-E a senhora tem como provar isso?-pergunta o promotor calmamente.
-Sim, eu gravei o que ela disse.-fala Lety.
O promotor caminha rapidamente até sua mesa e pega um pequeno gravador e o leva até a frente do juíz.
-Meretíssimo, nesse gravador está a fita com o áudio que a senhora Padilla...-fala o promotor mas, Fernando o interrompe.
-Mendiola, Sra. Mendiola.-diz Fernando enfatizando bem o sobrenome de casada de Lety.
-Sr. Fernando o senhor só pode falar quando lhe for dirigido a palavra.-fala o juiz com severidade.
Fernando dá de ombros e faz um gesto de prossiga.
-Então, continuando...-fala o promotor olhando de esguelha para Fernando.-neste gravador há uma fita que a própria senhora Mendiola.-fala ele enfatizando o Mendiola com irritação e olhando para Fernando com o mesmo olhar.- gravou com as confissões da suposta Ruth, que na verdade era Pilar.-depois ele começa a produzir o áudio mas, é interrompido.
-Protesto!-grita o advogado de defesa com Ferocidade.
-Diga, Dr. Henrique!-fala o juiz.
-Não aceito que mostrem a todos o áudio pois não foi autorizado pela defesa da mesma.-fala o advogado em tom de desafio.
O promotor levanta a sobrancelha direita e o fita penetrante, demonstrando irritação na voz e olha para o juiz, com olhos de quem diz: "Veja só esse cara!".
-Como assim? Dr. Henrique, esse áudio pode ser mostrado nesse jurí afinal de contas aqui serão mostradas todas as provas para que cheguemos a uma decisão, não podemos injustiçar ninguém portanto a prova terá que ser mostrada, para que todos aqui sejam testemunhas dos fatos que ocorreram e para que o juiz possa decidir e dar seu veredito e não vejo o porque de não mostrá-la a ele.-fala o promotor com olhos raivosos para o advogado, que mantém a postura de impecavelmente corajosa.
O juiz olha para os dois mas, fica em silêncio por uns instantes.
-Protesto não concedido. Prossiga Dr. Alejandro.-fala o juiz batendo o martelo.
O advogado senta em seu lugar raivosamente fitando de cara feia o promotor que apenas sorrir para ele como quem diz: "Não me importo e nem me assusta sua cara feia, eu ganhei bobão!" Ele mostra o áudio gravou, todos olham para Pilar que continua sem nem ao menos se mexer, ela nem sequer pisca, continua olhando do promotor para Lety e de Lety para o promotor, numa expressão fria e sombria.
-Sra. Mendiola.-fala ele novamente enfatizando o sobrenome de Fernando e olhando-o.- é verdade que senhorita Pilar Zacarias, tentou matá-la com uma injeção letal e sabotando seu carro?-pergunta o promotor.
-Sim!-fala ele.
Ele deixa o gravador em sua mesa e depois volta com um saco de provas com uma seringa dentro.
-Meretíssimo, Senhores e senhoras, essa é uma injeção AO 1945, cujo líquido é justamente um músculo-paralisante, mas o mais irônico nisso tudo, é justamente que esse líquido, acreditem vocês...-fala o promotor andando ao redor da sala como se encenasse uma peça tetral.-é um líquido utilizado nas prisões americanas, para a execução de presos. Como você conseguiu isso?-pergunta o promotor apoiando os braços na mesa e olhando fixamente nos olhos de Pilar que simplesmente o fitava com frieza.
#Continua_amanhã
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