quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

CAPÍTULO 102 (QUARTO Capítulo de EDIÇÃO ESPECIAL)

-Ah lá no Megatron, as pessoas me animam, lá é diferente...-ótimo seu retardado, o que você quis dizer, que ela não te anima, muito bom, bravo para você, venham, venham ver o homem mais idiota, canalha e mentiroso do mundo, que decepção, que decepção.
-Tudo bem então, eu fico sentada e posso ser seu público e assim animo o senhor.-fala Lety saindo.
-Não, não sei.-falo em seguida-não, tá bem, tá bem.-aprendeu Fernando Mendiola, como se consola alguém, você é um abestado.-Ok, tá bem.
Depois disso, eu faço um papel ridículo e retardado como o cavalo do soldadinho de chumbo, aff, e ela disse que me amava e ainda me beijou, me beijou com amor, mesmo eu tendo feito um papel ridiculo, que combina bem com meu jeito ridiculo e egoísta de ser. Ai Lety, te amo, você é minha vida, o que seria de mim, sem você.
Depois disso, estávamos caminhando entre um jardim e um canteiro cheio de água, eu estava de mãos dadas com ela, estávamos felizes, muito felizes e serenos.
-Sabe Lety...eu tou muito contente.-falei serenamente enquanto caminhava ao lado dela de maneira calma e tranquila.-eu me sinto livre, sinto que nesse lugar e principalmente graças a você, eu posso manifestar o que eu realmente sinto, eu não me sinto pressionado, eu não tenho que me esconder de ninguém, e tudo...graças a você.-falo sorrindo para ela.
Ela sorrir docemente. E sim eu estava sendo honesto, ela me trazia paz, ela fazia eu mostrar o melhor de mim, ainda que eu meio que me recusasse por medo de enfrentar meus problemas, mas ainda sim, com a Lety, eu tinha a paz que eu tanto precisava, eu tinha o alento, eu me encontrava, eu era apenas e somente eu mesmo, ela sempre tirava de mim todo mal e me fazia muito bem.
Movido pelo amor, pela aquela imensa vontade de tê-la, comecei a beijá-la em gratidão pelo bem, que ela me fazia, eu me entregava a ela até nos beijos, eu a sentia mais forte quando nossos lábios se encontravam, tudo está perfeito, aquele lugar, aquele momento, aquele cenário, tudo conspirava ao nosso amor mas, de repente, avisto o maldito cunhadinho que caiu do colinho, ele parecia totalmente o contrário do que eu e Lety estávamos, ele estava zangado(bem, geralmente esse é o estado natural dele), estava estressado(o que também não é novidade) e estava tratando mal a mulher que estava com ele(o que também é jornal de muitos anos atrás), ele estava apressado e estava discutindo com a pobre coitada que deu atenção a ele e só parou a discussão, quando viu a mim e a Lety em um beijo, meu outro eu, nem estava ligando muito afinal de contas, o beijo estava melhor, droga será que ele nos reconheceu, ele analisava-nos com olhos famintos, como se fóssemos, um animal exótico, algo que ele nunca havia visto, caramba, tá eu mereço ser desmascarado mas, logo pelo e em pleno beijo, seria como entregar minha alma ao inimigo, ele parecia analisar cada um de nossos movimentos, eu estava nervoso, eu estava para desgrudar meu outro eu, da Lety, mas, pensando bem se eu fizer isso, o Ariel descobrirá mais rápido e acabará com minha vida em instantes, ai Deus, dai-me uma solução, parece que minha prece chegou aos céus, meu outro eu parou de beijá-la enfim, saimos sorrindo, até que o Ariel fala e quando ele e Lety percebem, arreganham os olhos em um susto horrendo e se jogam no sofá, quase que entrando no estofamento, eu nem queria sorrir mas, aqueles olhos arregalados, com aquela vontade monstra que o sofá nos engolissem, me arrancaram risadas, risadas essas, que até então, eu não tinha soltado pois, minha raiva e minha tristeza eram mais evidentes, Ariel continuava a discutir com a pobre mulher, coitada, Ariel após tratar muito"bem" a pobre mulher, chamou um funcionário do hotel e graças a Deus, pediu a conta do hotel, com isso eu tinha a garantia, que ele não poderia mais nos atrapalhar e me denunciar.
-Eu disse, seu Fernando, eu disse que tinha visto ele!-Lety estava sussurrando e sua voz parecia mais infantil e meiga do que nunca, que linda ela é.
-Não, não, você disse que achava ter visto ele.-falo sussurrando mas de maneira firme, acabei de notar que meu penteado não estava como o de costume, eu não estava usando gel, até que fiquei bonito assim, rio novamente.
-Bom, eu achei que tinha visto mas, se ele está aqui, é porque eu vi.-completa Lety seriamente.
-Rá, pois é, e ele está aqui.-falo indignado.
-Mas, já vai embora.-Lety completa.
-É verdade...-falo por fim.-isso quer dizer, que você e eu ficaremos livres.
Lety sorrir.
-É...
Depois damos outro beijinho. Ufa, que alívio, enfim a sós novamente, ai nossa, estou sentindo um alívio enorme, o Ariel sempre causa isso nas pessoas quando sai, é o costume dele.
Agora estávamos almoçando, após falarmos do Ariel, Lety começa a demonstrar sua tristeza.
-O que mais desejo na vida seu Fernando, é que nosso relacionamento seja limpo e transparente, que não tenhamos mais que nos esconder de ninguém e-eu não quero mais me sentir culpada, chega. Eu não quero mais ser a outra.-Lety segura minha mão forte, sinto um tom grande de súplica em sua voz, e um aperto em meu coração e novamente percebo o mal que fiz a ela, caramba, isso é torturante e sim, eu fiz isso com ela, isso aconteceu, não é sonhos, quem dera que fosse, é realidade, é verdade, eu fiz isso a ela, eu causei esse mal a ela, a coloquei na posição mais humilhante da minha vida, a coloquei como a outra, sendo que ela era a única, que fraco e covarde, eu sou.
-Lety, por favor...-falo suplicante, eu deveria ficar calado, eu mereço tudo isso, eu mereço, você não Lety, passo a mão em seu rosto mas, novamente minha mão a atravessa, que raiva, eu que mereço, eu que mereço, a culpa foi toda minha.
-E as vezes penso que não mereço a felicidade...-ela fala
-Ai meu Deus, por que você está dizendo isso?-pergunto. Seu idiota, não percebe, ela não é feliz dessa forma, ela não é feliz sendo a outra, ela não é feliz com as coisas que você a impoe, ela não é feliz. Minha vontade é de esmurrar meu outro eu mas, não posso, minha mão atravessa sua cabeça, é como se eu desse socos e murros no ar ou em uma imagem de um retroprojetor, só a ultrapassa, não a atinge.
-Olha pra mim seu Fernando, minha aparência, já explica.-ela suspira.-o tempo continua passando e mesmo que eu finja que está tudo bem, na verdade, ainda não consigo entender porque se interessou por mim.-ela fala.
Ah agora eu quero ver seu idiota, você responder, anda, cria coragem, diz que foi por um interesse, diz que você entregou sua empresa a ela porque supostamente confiava nela mas, que de repente, de um dia para noite, ela não lhe inspirava mais confiança e para que você tivesse a garantia que ela não iria lhe trair, você começou esse romance, vai machão, diga, vou até me sentar em sua frente, para ouvir, esse Don Juan, falar, vamos, vamos, estou esperando ansiosamente, essa mentira que você vai dizer, espero que me convença, sento e cruzo meus braços e minhas pernas, observando atentamente, meu outro eu.
-Lety...-faço uma cara de piedade, que nem em mim mesmo, desperta pena, vamos ver a bela mentira que eu vou dizer, nessa versão falsificada de um homem.-você é encantadora, por isso.-admito a Lety é encantadora mas, isso não é motivo suficiente, e tem mais, nem um surdo você convence com esse papo, idiota.
-Talvez, seja encantadora por dentro mas, feia, muito feia por fora.-Lety fala enfim. Lety você não é feia, esse homem a sua frente que é feio ou como diria minha vó, por fora bela viola, por dentro pão bolorento, é isso que eu sou, isso mesmo, sou um pão, estragado, cheio de fungo.
-Eu já disse que eu não gosto que você...-falo mas, Lety me interrompe, bem feito para mim.
-Mas, agora eu acho que não tenho mais nada de encantadora.-ela diz mais suplicante ainda.
Eu olho para ela, pasmo, é claro, eu que tirei seu encanto, com minhas mentiras e meu jogo sujo para conseguir manter essa maldita presidência, atingir minhas malditas metas, eu tirei sua luz e te joguei na minha escuridão, eu que fiz você se tornar, essa mulher tão triste e infeliz, que você é hoje.
-...seu Fernando, me sinto culpada, sabe o que acontece as vezes, não consigo olhar meu pais nos olhos, não consigo enfrentá-los seu Fernando, eles olham para mim e eu viro a cara.-baixo minha cabeça com vergonha.-não me sinto digna deles, que são tão íntegros, tão honestos...-Lety conclui.
-O único culpado, sou eu Lety.-enfim, eu não acredito, enfim seu desonesto, mentiroso, você falou a verdade, enfim, você percebeu e caiu sua ficha do mal que você faz a essa mulher, você é um sujo, um pérfido, não tenho mais adjetivos que me permitam te caracterizar, tenho vergonha desse meu passado, tenho vergonha de tudo que causei a mulher que eu sempre amei, sim, eu sempre a amei, sei disso, eu sei que sempre a amei.-o indigno sou eu, que meti você nisso, pedi, implorei, até você aceitar ficar comigo.
-É mas nos apaixonamos e a única que vai sair perdendo, infelizmente é a dona Márcia.-Lety suspira.-não posso imaginar, o que ela vai sentir quando o senhor terminar o noivado com ela...-ai Lety infelizmente, eu tenho que dizer a verdade, já que esse inútil só sabe mentir e fingir, Lety a Márcia não vai perder, é você, é você, porque esse homem que aqui está, não te, coragem, sim, eu não tinha coragem de assumir publicamente esse amor, minha família, minha empresa, meu compromisso menos meu amor por você, tudo pesava para mim menos, o que eu sentia por você e eu te amo mas, veja, eu não assumo, não assumo e sabe porque, porque sou um covarde, não te mereço, que vergonha tenho de você Fernando, que vergonha.-mas, nosso amor, é muito maior do que qualquer compromisso...não é?!-ai Lety se você soubesse, que nesse exato momento eu estava pensando que eu não poderia acabar com esse compromisso, ou Ariel acabaria com a empresa e posteriormente comigo, não Lety o seu amor, seu amor puro, sim é maior que qualquer compromisso, já esse meu falso amor, não é maior, é fraco, é sensível, delicado de mais e eu não, consigo assumir, porque sou como ele, fraco, covarde, sensível e delicado, eu fui um canalha e só confirmo isso, a cada dia eu tenho a certeza, a grande certeza, de minha covardia, de minha falta de escrúpulos.
-É Lety...é muito maior...-falo enfim, só esqueci dizer que só não é maior que minha covardia, que meus tantos e tantos compromissos.
Lety sorrir, mal sabia ela, que esse covarde, aqui, não faria coisa nenhuma, ai Lety, eu realmente desejaria muito ter te conhecido mas, não como te conheci, apesar de que refletindo bem, essa foi a única maneira que o destino achou para nos juntar, sim, porque com meu jeito garanhão, é sedutor, Don Juan, galinha, safado, grande merda que eu fui, com esse meu jeito nojento de ser, eu nunca iria começar a me relacionar com você, jamais eu teria te notado, sim, eu não a teria notado, como aquela música que ela cantou para mim, sei que nunca me verás como a causa de um erro, ou de uma loucura, e sabe porque, porque com todas aquelas beldades que me rodeavam e com a aparência que ela tinha, eu a ignoraria, não a veria, eu não imaginaria que debaixo daquilo que eu achava feio, estava escondida a mulher que preencheria minha vida e os vazios que a mesma deixou em mim, não, eu não faria isso e eu tenho consciência disso, porque eu sei o tipo de homem que fui, eu tenho consciência do malandro irresponsável, que eu era, que se deitava com muitas, que tinha muitas, traía a Márcia, sem nem me preocupar, e trairia a mulher que fosse, se uma bela mulher me desse bola e ainda que não me desse bola, eu falava quem eu era para conquistá-la e falava o que eu nunca fui para seduzi-la e quando começava a me incomodar, eu acabava com sua carreira, a desempregava e fazia tudo de ruim, para não deixar pistas de minha infidelidade, é como disse o Luidi, eu era um cão de caça inglês, que enterrava minhas presas para que ninguém as encontrasse, fui um mal homem e tenho consciência disso.
#Continua_amanhã

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