-Papai, eu que tenho que pedir desculpas e não o senhor.-fala Fernando chorando desesperado.
-Filho, me perdoe, não insista em dizer o contrário, me perdoe, eu necessito do seu perdão para morrer em paz.-fala Humberto.
-Papai, não diga esse tipo de coisa, por favor.-implora Fernando.
-Fernando, eu imploro me perdoe.-insiste Humberto.
-Pai...
-Fernando...meu filho...me dê a paz....me perdoe...-fala Humberto com a voz falhando.
-Pai, eu te perdoo.-a voz de Fernando saía com grande pesar, era como se alguém o estivesse torturando.
-Obrigado meu filho, sinto um grande alívio por conta de suas palavras.
-Papai, eu imploro que me perdoe, por tudo que lhe fiz nestes últimos
dias, eu sei o quanto fui rude e injusto com o senhor, me perdoa
pai.-Fernando coloca a cabeça em cima da mão de Humberto e chora.
-Filho, eu te perdoo por tudo, por tudo. Mas, me faltam poucos minutos e
para morrer em paz definitivamente, eu preciso lhe pedir algo e preciso
que você aceite.-fala Humberto.
-Não papai, o senhor não vai morrer...-fala Fernando desesperado.
-Filho a morte já me ronda como o leão que ronda sua presa, não quero
mais retardar esse momento, compreenda meu filho, é o destino de todos e
a morte nem é tão ruim assim, eu sinto uma grande e profunda paz mas,
existe algo que está me prendendo aqui a essa cama e ao meu corpo, algo
que me causa uma grande inquietação, eu preciso lhe pedir algo, preciso
que me jure que vai cumprir.-fala Humberto já bastante fraco debilitado.
-Não pai...não morra, eu imploro...-implora Fernando ao prantos.
-Fernando meu filho, deixe-me falar, eu imploro, não vamos estender esse sofimento, eu já não aguento mais.
-Fale pai mas, não morra...-fala Fernando.
-Fernando, eu preciso saber antes de morrer, que você vai aceitar meu
pedido e vai voltar a ser o presidente da conceitos, por favor, não diga
que não, não teime meu filho, eu lhe imploro, me prometa que vai
aceitar, por favor, aceite, eu lhe peço.-fala Humberto já ofegante.
-Papai...
-Fernando não há muito tempo, me responda rápido, me prometa.-implora Humberto com dificuldade de falar.
-E-eu prometo, vou voltar a ser o presidente da Conceitos, eu prometo papai, eu prometo.-Fernando cai em um pranto profundo.
-Agora sim, vejo uma luz branca a me chamar, posso segui-la e me entregar, cumpri minha missão e agora vou descansar...
-Papai, não diga isso...-fala Fernando passando a mão no rost0o de
Humberto.-Papai por favor não diga isso mas, mal Fernando fechou a boca e
o rosto de seu pai simplesmente pendeu para o lado que Fernando tava e
Fernando ao perceber aquilo, se curvou diante de seu corpo, fechou seu
olhos e chorou no pé de sua cama, chorou até seus olhos ficarem fundos
de tanto chorar, até não haverem mais lágrimas em seus olhos para
demonstrar a tristeza que ele sentia, chorou ao pé da cama de Humberto
como um bebê desmamado e sentiu a falta de seu pai, sentiu falta do que
seu pai representava para ele e do quanto aquele o havia feito feliz, em
sua cabeça um filme de sua infância ate o hoje, começou a ser passado,
Fernando lembrou de cada um dos momentos em que Humberto estava lá
presente na vida dele, presente para o fazer feliz ou simplesmente para o
ensinar, dali ele sentiu que uma parte dele, estava se esvaindo que uma
parte dele, estava indo embora, que uma parte dele havia deixado seu
corpo e estava agora cravado em seu coração, foi como perder o ar e o
alicerce que lhe mantia fixo ao mundo e que fazia dele um outro alguém,
um homem em quem se inspirar, alguém para para quem ele poderia contar
suas angústias e medos mas, agora já era tarde, seu pai já havia
partido, feito uma grande viagem e tudo que restavam e ainda bem que
restou, foram as lembranças felizes e eternas que viveram, agora ele era
um órfão, um órfão de pai.
(Momento de silêncio pelo HUMBERTO)
#Continua_segunda
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